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quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Vender bebida alcoólica para menor de idade durante o carnaval e crime

Roberto PaivaSão Paulo, SP
 Quem vender ou dar bebida alcoólica para crianças e adolescentes pode pegar até quatro anos de prisão. Agora é lei em todo o Brasil e dá cadeia.

O médico Paulo de Abreu Leme bebeu por 26 anos. “Levantar, beber, e trabalhar e tentar fazer alguma coisa. Hora do almoço, beber mais ainda. Período da tarde, terminou, maravilha. Daí ia beber até dormir. Era álcool o dia inteiro”.
O médico pediu ajuda, fez tratamento e parou de beber, mas viu o filho se tornar dependente do álcool. O advogado Paulo Abreu Leme Filho começou a beber aos 16 anos.
“Em festas, em escola, com amigos. Eu bebia todo dia, não parava de beber, não tinha controle nenhuma e bebia até desmaiar”, conta Paulo.
Segundo uma pesquisa da Universidade Federal de São Paulo feita com 1.157 adolescentes,
Quase metade (47%) deles admitiu que bebe. Ainda de acordo com a pesquisa, o adolescente começa a beber cedo, antes dos 15 anos. No Brasil, de 1996 a 2002, 224 menores morreram por causa do uso do álcool.
A partir agora vender ou oferecer bebida alcoólica para crianças e adolescentes é crime. A pena é dois a quatro anos de detenção, além de multa que fica entre R$ 3 mil e R$ 10 mil. O estabelecimento comercial que for flagrado será interditado.
O coordenador do Grupo de Estudos de Álcool e Drogas da Universidade de São Paulo aprovou a lei. Ele diz que vai servir nos casos em que os pais e a escola não conseguem impedir o acesso dos jovens ao álcool.
“A lei tem que entrar de uma forma mais objetiva para impedir a qualquer custo até sendo crime a ingestão de álcool por menor de idade. O cérebro nessa idade de todo o jovem ele está crescendo está desenvolvendo, as células estão se dividindo ainda, esta divisão de células ser temperado com álcool, nem precisa ser médico para saber que não vai fazer bem”, fala o coordenador do Grupo de Estudos de Álcool e Drogas da USP, Arthur Guerra de Andrade.
Pai e filho que foram dependentes, escreveram um livro contando suas experiências e dizem que o alcoolismo não tem cura.
“Se eu voltar, eu vou retomar o ponto, eu vou retomar minha doença do ponto que ela estava. Eu tenho plena convicção que enquanto eu viver eu continuo sendo um dependente, a diferença que eu não estou fazendo uso da bebida”, desabafa Paulo.
No estado de São Paulo já existe uma lei estadual desde 2011 que proíbe a venda de bebida alcoólica para crianças e adolescentes. Até janeiro deste ano, mais de duas mil multas já foram aplicadas.

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