PARCEIROS NOSSOS

PARCEIROS NOSSOS
PARCEIROS NOSSOS

domingo, 20 de fevereiro de 2011

BAILE DOS ARTISTAS FOI MASSA

Baile dos artistas: uma bagunça boa para começar o Carnaval

Publicado em 19.02.2011, às 14h27

Paulo FloroDo JC Online
Confira aqui galeria de fotos do Social1
Confira aqui galeria de fotos do Social1
Foto: Bernardo Soares/ JC Imagem

O maior clichê estilístico para matérias de Carnaval - "a irreverência do folião pernambucano" - nunca fez tanto sentido para o Baile dos Artistas, mas de uma maneira exagerada, deliciosamente exagerada. É a festa pela qual todos esperam, como uma senha para dizer: agora está tudo liberado. O baile, que abre a maratona de Carnaval, ganha o público pelo bom-humor, descontração, e pela falta de cerimônia para se divertir. Este ano, a cantora Gretchen foi a rainha dos artistas e o escritor Ariano Suassuna, o rei.

A diversidade do público que passou pelo Clube Português nesta sexta-feira (18) diz muito sobre as reais intenções do baile em ser um legítimo baile de Carnaval. Não é preciso pedir permissão e o glamour nada mais é do que uma opção qualquer para se fantasiar. Nos seus corredores e pista, a fauna é dominada pelo público gay, que nas variadas formas e tamanhos, desfilam travestis, drag queens e descamisados gog-boys. Nos camarotes, políticos, como o Governador Eduardo Campos e sua esposa, Renata, e a primeira-mãe e deputada, Ana Arraes, circulavam para além dos cercadinhos VIP aproveitando a festa. Também estavam por lá o prefeito João da Costa e o senador Humberto Costa.

» Blog Social1 marcou presença no Baile dos Artistas e destacou as fantasias mais criativas

Como se precisasse, o Baile dos Artistas assume sua vocação de falar diretamente ao público LGBT, com a entrada de Maria do Ceu, empresária e dona da boate Metrópole, na organização do evento. No concurso das fantasias, os dois primeiros lugares dialogavam contra a homofobia. Chiquinho, o vencedor da noite, veio com Kucita: dou porque não tenho prikita, em uma roupa que trazia um estratégico buraco atrás, onde estava escrito "com camisinha". Thiago Vergete, o segundo lugar, apresentou uma sátira ao mito de Lampião com Lampeião - o rei do cabaço. Também carregava nas costas um letreiro enorma e colorido que dizia "Diversidade e Paz".

Igualmente ousadas, as fantasias nas pistas traziam produções requintadas. Um casal vestido de diabo carregava tantos apetrechos e uma pesada roupa de borracha e papel machê que tinham dificuldade em andar. Como aconteceu ano passado com Avatar, o que mais se viu entre as produções desta edição foram pessoas vestidas do filme Cisne Negro, com tutu de bailarina e muitas plumas e penas. Num baile tão prestigiado, não há como não se sentir importante, no momento de maior visibilidade do ano, sobretudo para a população trans. "Trava, corre aqui vem falar com o jornal", gritou uma travesti com lentes de contato branca. No camarote, Macarrão Slater disse antes de descer as escadas. "Isso aqui é nosso gala gay, meu amor. Somos nós que fazemos sucesso por aqui", diz.

Nenhum comentário:

Postar um comentário